segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A lua, o oceano e o Rolex



Estava observando a lua.
Ela parece ser tudo que sempre quis.
Crescente, Cheia, Minguante e Nova.
Ou será que ela preferiria ser uma estrela?
Por quanto mais voltas damos, mais nos desalinhamos.
Para conseguirmos nos desvencilhar desse carretel temos que desenrolar até o inicio.
Mas se o inicio já foi um problema, por que voltamos a ele?
Ele explicará muita coisa.
Não queremos explicação e sim mudanças.
O problema é que chega um tempo que repetimos tantas vezes a frase: “Agora vai ser diferente.” Que já temos preguiça de nos enrolarmos e voltamos direto ao inicio.
Sem chance para o novo!
Afinal, o velho nós já conhecemos, sabemos seus defeitos, sua historia, seu meio e seu fim.
O novo é inexplicável, inesperado, pode ser excelente, ser diferente ou pior, não ser.
Tudo que é intangível e inatingível é mais mágico.
A lua, o fundo do oceano e o Rolex no pulso daquele homem.
Até que chega a hora que percebemos que a lua é uma rocha, o oceano é um volume enorme de água e o Rolex apenas um relógio.
Vivemos a vida almejando, idealizando e esperando.
Inimigo de verdade é o tempo, esse não para, não pede permissão e não retrocede.
Como já gastamos muito dele, temos medo que mais um pouco se vá.
Ansiamos, deslumbramos e indecidindo ao final. Pois demorou demais.
Afinal o passado já passou, o futuro não existe e o presente é agora.
E o agora ficou para depois.


 Autoria: Wanessa Wazmuth